A história é mais ou menos assim: outro dia, fiquei encantado com um pombinho feito de quilling que vi no "Cerrado em Alta". Ao chegar em casa, tentei fazê-lo. Ficou um pouquinho diferente, mas... Ontem, eu fiz alguns cartões do Divino Espírito Santo com os pombinhos.
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Amigos, confiram os artigos do "Cerrado em Alta". A loja fica no andar térreo do Shopping Liberty Mall, em Brasília.
DESPRENDIMENTO

Eu
Você
Uma cabana
Numa semana
Dias frios
Noites quentes
Abraços
Beijos
Nada inocentes
O sol
A lua
Sem testemunhas
Sua pele nua
Minha pele junto a sua
Minha boca
Sua língua
A magia
O toque
O arrepio
A dor
No ato do amor
O seu olhar
O meu olhar
A minha mão
A sua mão
Atração
Ação
Paixão
Poucas palavras
Vários movimentos
Desprendimento

Falk Brito


Deixo uma parte de mim em tudo o que eu faço.
Eu me sinto em casa no silêncio. No meu silêncio, eu ouço a melodia que não havia. Eu ouço o meu corpo procurar a canção perfeita: o amor. Um grande amor passado pelo meu corpo, deixando-me marcado, “que não seja eterno, posto que é chama, mas que seja infinito enquanto dure” (Vinícius de Moraes).

“Ainda que amar seja um receio, uma lembrança falsa e vã, e a noite deste vago anseio não tenha amanhã” (Fernando Pessoa), eu falo de amor. De um amor que se levanta e se desperta em mim. De um amor que acontece no instante: sem antes, sem depois, presente puro, eternizado nos meus sentidos - visão, audição, olfato, tato, paladar - “todos órgãos de fazer amor com o mundo, de ter prazer nele” (Rubem Alves).

O meu amor está, precisamente, no meu silêncio. O meu silêncio está, precisamente, no seu corpo. Quando próximo um do outro é uma canção que se revela, “uma melodia que se toca” (Wexkiil). Tocante, delicado, espirituoso, poético, admirável, desafiador..., o amor se manifesta mais ou menos assim:

Como ave
Age
Reage

“Assim é tudo, assim é vida, assim é amor: tempo que flui sem parar” (Rubem Alves). É no seu vôo que ele é belo. É no seu vôo que ele nos envolve, nos move, nos comove, nos transforma, dá forma e deforma suave, reabre os nossos corações, que agem e reagem em silêncio no embaraço de nossos braços e pernas. Ao embaraço de nossos sentimentos, “fazendo da procura o encontro” (Fernando Sabino). Fazendo do encontro uma canção, cheia de sumo, escorrendo como polpa de um fruto que vai da boca ao interior da alma.

E aqui fico eu, sozinho. “Por isso choro e fico triste. Mas não é tristeza de tristeza, é tristeza de que haja tanta beleza, beleza que é demais para mim” (Rubem Alves). Ninguém pode vir onde estou. Por isso, desejo tornar-me pássaro. Um pássaro para voar além das palavras. Voar até o lugar (ou o tempo) onde encontro prazer.

Como pássaro, sairei sem destino, sem deixar rasto. Vou atrás de um amor. De um amor sem ficção, sem renome, sem que ninguém conheça. De um amor sem enganos, sem armadilhas, sem perigo. Esta é a grande redenção, o amor tornando-se livre, tornando-se pássaro em vôo. Cintilando breve canção. Acima do entendimento. Dentro do coração.

Não estranhe minhas palavras, o amor exige. É no amor que o inesperado aparece. Que o vôo acontece. Que os meus desejos se tornam visíveis. Que busco a melodia que não havia. Melodia silenciada no meu coração. Resguardada em meus versos. Eternizada em uma canção. Cantada por nossos corpos em ação.

Falk Brito.


Para fazer uma campina
é preciso um trevo e uma abelha.
Um trevo, uma abelha
e fantasia.
Mas, em se faltando as abelhas, basta a fantasia.
Emily Dickinson


O meu olhar é nítido como um girassol.
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele,
Porque pensar é não compreender...
O mundo não se faz para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo...
Fernando Pessoa



"Todo cais é uma saudade de pedra"
Álvaro de Campos


Instantes

Se eu pudesse viver novamente a minha vida,
na próxima trataria de cometer mais erros.
Não tentaria ser tão perfeito, relaxaria mais.
Seria mais tolo ainda do que tenho sido;
na verdade, bem poucas coisas levaria a sério.
Seria menos higiênico. Correria mais riscos,
viajaria mais, contemplaria mais intardeceres,
subiria mais montanhas, nadaria mais rios.
Iria a mais lugares onde nunca fui,
tomaria mais sorvete e menos lentilha,
teria mais problemas reais e menos imaginários.
Eu fui uma dessas pessoas que viveu
sensata e produtivamente cada minuto da sua vida.
Claro que tive momentos de alegria.
Mas, se pudesse voltar a viver,
trataria de ter somente bons momentos.
Porque, se não sabem, disso é feito a vida,
só de momentos;
não percam o agora.
Eu era um daqueles que nunca ia a parte alguma
sem um termômetro, uma bolsa de água quente,
um guarda-chuva e um pára-quedas;
se voltasse a viver, viajaria mais leve.
Se eu pudesse voltar a viver,
começaria a andar descalço no começo da primavera
e continuaria assim até o fim do outono.
Daria mais voltas na minha rua,
contemplaria mais amanheceres
e brincaria com mais crianças,
se tivesse outra vez uma vida pela frente.
Mas, já viram, tenho 85 anos
e sei que estou morrendo.

Autoria discutível.
Poema atribuído ora a Jorge Luis Borges, ora a Nadine Stair.


Chaveiro.

Borboleta de papel.

Chaveiro.

Bloquinho.

Caixas: 7,5 x 7.


Mandala: 11,5 x 30,5.
A mandala acima foi confeccionada para presentear a Noêmia.

Do nada pra lugar nenhum

Lembro de quando tudo era doce
Lembro de quando tudo era vivo
Dentro de dois a força de ser só um
E hoje te vejo assim espantada
Como perdida aí nessa estrada
Que vai do nada pra lugar nenhum

Lembro da gente sempre bem perto
Por um caminho curto e direto
Atravessandoos mares sem medo algum
E hoje me vejo, destinho incerto,
No meio desse imenso deserto
Que vai do nada pra lugar nenhum

O que será que existe dentro de nós dois
Além daquela vontade
De descobrir a verdade antes de tudo?
O que haverá no muro entre nós dois
Além daquele espaço estranho, escuro e mudo?

Não a tristeza mais dolorida
Do que ter tido tudo na vida
E de repente perceber que é comum
Ser mais uma pessoa enganada
Pelo rumo confuso da estrada
Que vai do nada pra lugar nenhum

(Sá e Guarabira)

Bianka
Muito obrigado pelo carinho.
Adorei os presentes.
Beijos!
MEU PAPEL É SER SUA COMPANHIA.
falkbrito@gmail.com