Tem gente que guarda um arzinho de criança que é impressionante. Um 
cheirinho de bebê, um frescor que as diferencia, como se o tempo tivesse
 por elas um carinho extra, uma complacência que os pais só têm com os 
filhos mais novos. Os preferidos.
Sim!, o tempo é generoso com esta espécime primaveril, mas melhores 
ainda são eles  com o tempo que possuem. Eles brincam com o tempo, e 
como o tempo se diverte com eles, os preserva.
Não se trata de nada que lhes comprometa a maturidade, antes, é um 
acréscimo de sabedoria que lhes faz crer como crianças, que no amanhã 
existe o melhor à caminho, mas que se existe o hoje, é hoje que tem que 
ser. Teimam na crença.
São teimosamente doces. Doces como se tivessem um parentesco mais 
próximo com os anjos, (sabe-se que os anjos não têm idade), dotados da 
capacidade de serem bons com todos, e sobretudo com eles mesmos. 
Encontrá-los como se saídos das nuvens, é um prazer,  são deliciosamente
 graciosos no trato, e se o fio desta metáfora são os anjos, benditos 
sejam os laços que dão. São muitos os laços, e muitos eles são. Podem 
ter trinta, cinquenta, oitenta, não contam anos de vida, registram bem 
viveres e saberes às suas primaveras vividas. Perfumadas convivências 
que nos marcam.
Marcam com seus sorrisos de anjo bebê que aquecem as almas cansadas, 
fascinam avisados e desavisados, fazem eco na lembrança e o desejo de 
estar perto deste frescor.
Desta gente de olhinhos colados em sorrisos não tem como falar uma 
coisa de cada vez, é tudo ao mesmo tempo, e às vezes, só a palavra não 
basta: dá vontade mesmo é de dar um grande abraço em cada anjo destes 
que a gente vê por aí, por aqui, por toda parte, e ainda bem que é 
assim.
 
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