Escrevo para silenciar meus sentimentos. Calar minha boca. Não ferir ninguém. Não precisar pedir perdão. É difícil acreditar, meus pensamentos me deprimem. Eu sofro de amor. Não correspondido. Não dividido. Não vivido. De um amor que não deseja ser esquecido. "Para isso eu preciso de Deus, para me curar da saudade. Dizem que o remédio está no esquecimento, mas isso é o que menos deseja aquele que ama" (Rubem Alves). Quem ama quer lembrar. Ser lembrado. Precisa de um retrato. De uma cena. De saudade. Mais do que isso: de um gesto.

Mas isso não é tudo. Como afirmar o sentido da vida perante a ausência da pessoa amada? Sofrendo? Não! Poetizando! A poesia coloca música ao silêncio, ao sofrimento. É o nome dado a canção para invocar a alegria. Gosto de ler poesias, "palavras que se pronunciam a partir do silêncio, pedindo que o silêncio nos fale" (Rubem Alves). Semelhante ao amor, a "poesia não é feita com palavras. A poesia já existe. A gente só põe as palavras em volta para ela aparecer" (Luís Fernando Veríssimo).

Eu não sei dizer
Segredos
Quando com amor
Você se parece

Assim fico eu diante do amor. Sem segredos. Aproveitando cada instante, valorizando cada minuto. Enchendo minha vida de beleza, de verdade, de leveza. Mas há algo, uma perda, que faz tudo ficar triste: sua ausência. Minha alma anda para trás, "navegando ao sabor do suave sobro da saudade" (Rubem Alves). Sobre pequenos detalhes que fazem toda a diferença. Enumerando fatos que não deveriam ter ocorrido. Uma caixa onde os objetos deixados são saudades.

Como eu já disse, eu sofro de amor. De um amor não vivido. Da dor de não ser correspondido. De não poder dividir abraços, beijos, felicidades. Mas é preciso seguir. "Viver enquanto estiver acesa, em mim, a capacidade de e comover diante da beleza" (rubem Alves). Da beleza das minhas palavras. Dos meus gestos. Da minha vida. Do amor por você. Por quem me apaixoneimuito antes de termos nos conhecido.

"Eu não tinha este rosto de hoje, assim calmo, assim triste, assim magro, nem estes olhos tão vazios, nem o lábio amargo" (Cecília Meireles). Onde ficou perdida a minha face? Nas asas de Ícaro. Nos meus sonhos. No amor desejado. No amor desdenhado. Em alguém quando com amor você se parece.

Alguns se assustam com as coisas que eu escrevo. Mas não tenha medo. Falo apenas de amor. De um amor gratuito. De um amor que se mantêm nas pequenas coisas. Que se abriga entre estas linhas. Que faz dos meus versos o seu caminho. Sem saber como, nem quando, nem onde, ele pode muito. Ele é o meu destino. Ele é você.

Falk Brito, 2005.

4 comentários:

Karen Lommez disse...

aDOREI A NOVA FORMA DO BLOG, A POESIA... BJ

May disse...

bem me assustei com o blog todo preto heheh mas gosto de ver voce falando mais por aqui....e sim fale de amor...apesar de ser muito mais dificil de falar do que de sentir....so não sofra meu amigo pq poucos são os que tem a capacidade de amar e sentir tanto amor é uma virtude!!!milhoes de bjus!!!

Ivani disse...

Olá!
Eu ADOREI o novo visual do blog. Negro, para mim, é a cor do mistério, do charme, do refinamento.
Os textos do Rubem Alves são demais, não é? Vou te contar um segredo: eu já comprei para presente um livro dele que eu ainda não tinha - não tive coragem de dar - precisei comprar outro...
Beijos
Ivani

Anônimo disse...

Me emocionei !!!

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