Do nada pra lugar nenhum

Lembro de quando tudo era doce
Lembro de quando tudo era vivo
Dentro de dois a força de ser só um
E hoje te vejo assim espantada
Como perdida aí nessa estrada
Que vai do nada pra lugar nenhum

Lembro da gente sempre bem perto
Por um caminho curto e direto
Atravessandoos mares sem medo algum
E hoje me vejo, destinho incerto,
No meio desse imenso deserto
Que vai do nada pra lugar nenhum

O que será que existe dentro de nós dois
Além daquela vontade
De descobrir a verdade antes de tudo?
O que haverá no muro entre nós dois
Além daquele espaço estranho, escuro e mudo?

Não a tristeza mais dolorida
Do que ter tido tudo na vida
E de repente perceber que é comum
Ser mais uma pessoa enganada
Pelo rumo confuso da estrada
Que vai do nada pra lugar nenhum

(Sá e Guarabira)

Um comentário:

Catarina Ramos disse...

Que lindo, esse poema!

Beijim

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